O êxito da nossa missão depende de muito mais do que apenas o nosso trabalho. Precisamos de produtores que façam um trabalho consciente, de respeito pela natureza e com os olhos postos no futuro. Precisamos de gente à nossa volta que entenda estas práticas, que as valorize e lhes dê mais força para que ganhem maior dimensão e possam influenciar positivamente mais e mais pessoas.
Entre os projectos que simbolizam de forma mais coerente e evidente esta simbiose está o da Márcia Pinto. A Salina Greens nasceu antes de mais de um compromisso assumido com a preservação da biodiversidade nas antigas salinas de Alcochete. Só depois, conhecendo bem o ecossistema, é que foi surgindo um lado comercial, que ainda assim continua perfeitamente alinhado com o espaço no qual está enquadrado.
Bióloga de formação, a Márcia tem feito um trabalho absolutamente incrível de (re)descoberta e produção de plantas halófitas – que crescem naturalmente junto às salinas e que por isso têm um travo por si só já salgado. Falamos de variedades antigas, adaptadas ao clima desta zona, e que como tal praticamente não são regadas.
A mais conhecida destas plantas talvez seja a salicórnia, também conhecida como espargo-do-mar. Mas aqui há muito mais para descobrir: sarcocórnia, suaeda, inula, espinafre-do-mar, beldroega-do-mar, acelga marítima, crisântemo coroado. E sabemos que a Márcia anda a investigar mais espécies que mais cedo ou mais tarde podem estar disponíveis para os consumidores. Muitas destas variedades são sazonais, por isso a sua disponibilidade vai variando ao longo do ano.
Em Setembro do ano passado fizemos parte de um programa da RTP sobre o futuro do planeta. Nesta reportagem (que começa aos 44:30), podes ficar a conhecer um pouco melhor o trabalho da Márcia e da Salina Greens.
