Hoje é o Dia Mundial das Leguminosas e esta é uma óptima oportunidade para falarmos do estado da sua produção e consumo em Portugal. Primeiro as boas notícias: temos comido mais leguminosas (+21% em 2016-2020 vs 2012-2015). Agora vêm as más:
À boleia da análise da Associação ZERO, com dados do INE, queremos lançar uma reflexão sobre estes verdadeiros superalimentos. Quando é que os consumimos? Em que quantidades? De onde vêm? Como foram produzidos? Andamos (quase) todos enganados a pensar que comemos grão e feijão nacionais, quando na verdade vêm do outro lado da Europa e até do mundo. E não é por falta de condições para produzir – basta, aliás, olhar para o receituário tradicional e ver como tinham papel central na alimentação portuguesa, sobretudo quando a carne e outros produtos de origem animal escasseavam.
Podemos fazer muito melhor. O consumo de feijão, grão, ervilha e afins está ligado a dietas mais saudáveis e sustentáveis e é um pilar da dieta mediterrânica de que os portugueses tanto têm fugido. Falta uma estratégia nacional, como a ZERO defende, mas também temos de agir a um nível micro: fazer um esforço para comprar a produtores locais, com boas práticas agrícolas, para dar um sinal ao mercado.
No nosso percurso temo-nos cruzado com vários produtores que se dedicam às leguminosas com convicção, como o grão-de-bico da Milene e do Vítor e o feijão carito do António. E ainda a grande variedade que a D. Emília tem à disposição todos os sábados no mercado Agrobio do Campo Pequeno. Se vives em Lisboa, fica a dica.
Vamos todos comer mais leguminosas?