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Escolhe a tua proteína

Por 14 de Fevereiro de 2022Maio 22nd, 2022Sem comentários

Imagina o cenário: vais a um restaurante (ou abres uma app para encomendar comida) e no menu há a opção de compor o teu prato à medida. Seja no início, lá para o meio, o mesmo no fim, pedem-te que escolhas a tua proteína, o verdadeiro coração do teu prato, de uma lista de opções que inclui carne, peixe e, com sorte, alguns alimentos de origem vegetal.

Esta dinâmica preocupa-nos enquanto fonte de desinformação. Deixámos de olhar para os alimentos por aquilo que são, para passar a pô-los em caixinhas: proteínas, hidratos e gorduras. Reduzir uma riqueza de macro e micronutrientes presentes a isto é abrir caminho a uma obsessão que em muitos casos leva a relações muito pouco saudáveis com a comida.

A elaboração de menus desta forma surgiu com a percepção de que precisamos de uma grande quantidade de proteína, caso contrário corremos sérios riscos de saúde (um exagero que a ciência já provou ser completamente infundado). E assim passámos a ter uma grande parte da população a consumir carne, peixe, ovos e lacticínios de forma desmedida, juntando ainda aquele batido de proteína depois do treino ou uma barra proteica a meio da tarde, mesmo que passemos o resto do dia à secretária ou no sofá. Todos nós conhecemos alguém assim, certo? Normalmente são as mesmas pessoas que perguntam aos veganos onde vão buscar a sua proteína.

O sector da restauração também tem a sua responsabilidade na disseminação destes princípios. Hoje em dia, nas cozinhas, usa-se a palavra ‘proteína’ mais do que nunca para descrever qualquer pedaço de um animal (ou eventualmente de um vegetal) que surja em destaque num prato. E não podemos excluir aqui a responsabilidade de nutricionistas e outros profissionais de saúde, já que muitos também contribuem para reforçar esta desnecessária categorização constante.

Por curiosidade, espreita a galeria abaixo para veres um exemplo de deturpação total da realidade causado por estas caixinhas. Revês-te nesta reflexão? Defines a tua alimentação em função da quantidade de proteína? Ou já deste por ti a sentir uma preocupação excessiva com estas categorias?